quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

“Especial de Natal, algemas e Alietro.



— Sabia que não devia ter te convidado pra me ajudar a montar a árvore de Natal. 
Cruzei os braços no peito, fingindo estar ofendido. 
— Por que não? Eu sou um perfeito Assistente De Montar Árvores de Natal. Totalmente prestativo. E sou gostoso também. Não negue, Alice. Sei que você também acha isso. 
Ela revirou os olhos. 
— Você quebrou as luzes em menos de dez minutos. Isso é parte da sua concepção de “ser prestativo”
— Aquilo foi um acidente — eu disse, na defensiva, tentando arrumar os enfeites na árvore e meio que estragando tudo. — E eu comprei luzes novas, então meio que meu erro foi anulado. 
Ela balançou a cabeça e apertou os lábios em sinal de reprovação, observando minhas mãos. 
— Você tá fazendo errado — disse, dando um tapinha no meu braço. Levantei as mãos, como quem se desculpa. 
— Desculpa, Miss Eu Sou Boa Em Tudo Que Eu Faço. Acho que minhas mãos são melhores pra outras coisas… Mas você sabe disso. 
Ela me deu um soco no peito. Eu a empurrei. Incitei-a a continuar com o olhar, mas ela não revidou. 
— Eu nunca entendi muito bem o Natal — falei. 
Ela me deu aquele olhar que dizia “ah, lá vem o Pietro”. 
— O que é tão complicado de entender? Sei que seu cérebro parou de se desenvolver aos 13 anos, mas cara… 
Ignorei. 
— O aniversário é de Jesus, ou pelo menos acho que essa é a definição da data, mas não sei, eu era péssimo na catequese… Enfim. O aniversário é de Jesus, mas é a gente que ganha presente e se mata comendo chocolate e panetone. 
Ela riu alto. 
— Eu odeio panetone — reclamei. 
— Você só conseguiria piorar isso se falasse “oh, o Natal é uma data tão capitalista! Onde está o sentimentalismo?”. Eu gosto de panetone. 
Sorri, malicioso, e andei alguns passos até ficar atrás dela, empurrando o braço dela de leve e a fazendo derrubar a bolinha que estava arrumando na árvore. 
— Ah, não. Eu adoro capitalismo e feriados capitalistas e tudo mais. Não diria isso — beijei a bochecha dela. — E claro que você gosta de panetone. Você é estranha. 
Subi a mão direita pelas costas da Alice por baixo da camiseta e distribui beijos pelo ombro dela. Agarrei o quadril com a outra mão e a puxei um pouco mais pra mim, minha barriga e todo o resto do meu corpo colado no dela. Ela virou o pescoço um pouquinho pra que eu pudesse beijar lá também. 
— Pietro. 
Raspei meu queixo pelo pescoço dela e ela se arrepiou quando sentiu minha barba arranhando. Virou a cabeça pra mim. 
— Seu trabalho como meu assistente também envolve me distrair do que eu tô fazendo? 
— Não, esse é meu trabalho como seu… — e na metade da frase eu reparei que não tinha um nome pro que eu era pra ela. — Escravo sexual. 
Ela se virou de frente pra mim, as mãos nas minhas costas, me mantendo perto e me encarando. 
— Escravo sexual? — ela levantou as sobrancelhas. — Você se considera isso? 
Dei de ombros. 
— Você tem uma definição melhor? 
Ela me beijou, provavelmente tentando evitar a pergunta. 
Levei minha mão até a nuca dela e enfiei meus dedos entre os cabelos, primeiro agarrando e depois puxando. A empurrei pra parede logo atrás dela e a joguei lá com um pouquinho a mais de força do que o necessário, mas ela pareceu gostar. Desci a outra mão pela lateral do corpo dela e subi a coxa dela pra minha cintura, enquanto ela roçava a outra perna entre as minhas. 
Continuei esfregando nossos corpos enquanto a gente se beijava e Alice puxou e soltou meu lábio, pra logo após parar nosso beijo, justamente quando eu tava ficando animado. 
— Amo beijar você, Pietro, você sabe o quanto, mas eu tenho que terminar minha árvore de Natal e você não tá ajudando — reclamou contra minha boca. 
“Amo”. 
Ela subiu as mãos por baixo da minha camisa, arranhando meu abdômen. 
Balancei a cabeça e fiz biquinho. Ela fez biquinho também. Mordi o biquinho dela. Coloquei as duas mãos no quadril dela e fiz negativo com a cabeça. 
— Não. 
— Sim. 
— Não. 
— Depois. 
Ela empurrou meu peito e eu me afastei, mesmo contrariado. 
— Só depois? 
— Só depois. 

— Certo. Sinto muito lhe dizer, mas como punição pelos maus modos e pela ingratidão, você acaba de perder seu assistente. 
— Punição? — ela sorriu. — É mais uma benção. 
Sentei no sofá e coloquei as mãos atrás do pescoço. Fiquei a observando montar a árvore, toda cuidadosa e atenta aos detalhes. Ela me olhava rapidamente de vez em quando. 
— Para de me encarar — ela disse. 
— Não tô encarando — me defendi. 
— Quase nada. 
— Tô… Admirando. 
— Tá encarando. 
— Ok, talvez eu esteja. Encarando com admiração. 
Atirei uma das bolinhas da decoração nela. 
Depois de um tempo em silêncio, ela perguntou: 
— O que eu vou ganhar de Natal do meu ex Assistente Gostoso? 
Eu sorri com a referência. 
— Um vibrador — respondi. — Bem grande. E preto. Ele acende umas luzinhas também… 
Ela parou de arrumar a árvore e virou o corpo na minha direção, o rosto sério. Me espreguicei no sofá, a expressão mais inocente do que nunca. 
Pra que eu precisaria de um vibrador se eu tenho você? — ela provocou. 
Levantei as sobrancelhas. 
Eu sou melhor que um vibrador? 
Ela voltou a atenção pra árvore. 
— Nunca experimentei um vibrador — se esquivou da pergunta, a voz baixa. 
— Mas eu sou bom? — insisti. 
Ela me olhou de canto. 
— Cala a boca, Pietro.
Gargalhei. 
— Você não negou! 
— Quieto. 
— Então eu sou bom. 
Ela revirou os olhos, com cara de tédio. 
— Criança. 
— Mas eu sou bom. 
— Infantil. 
— E bom. 

Ela suspirou e não respondeu, sabendo que é inútil discutir comigo. Era realmente fofinho assistir ela arrumando a árvore de Natal toda feliz. 
— Alice — chamei. 
— Pietro. 
— Olha pra mim. 
Ela olhou. Bati a mão na minha coxa. 
— Vem cá. 
Ela balançou a cabeça em sinal de negativo. 
— Por que eu iria? 
— Só vem. 
Alice andou preguiçosamente na minha direção e eu me ajeitei no sofá. Ela sentou no meu colo de pernas abertas e se arrumou sobre mim, as mãos no meu pescoço. As minhas estavam nas coxas dela e eu a pressionava contra o meu colo. 
— O que você acha que o Papai Noel vai te dar esse ano? 
Ela me analisou, o olhar levemente malicioso. 
— Não tenho ideia — e subiu uma das mãos pro meu cabelo, na nuca. Levei a boca até o pescoço dela. 
— Você foi uma boa menina ou uma má menina esse ano? — perguntei, movendo a boca do pescoço até a orelha. — Eu acho que você foi má. 
Eu queria muito saber por que tudo que você fala soa tão pervertido.
Ela me beijou, movendo o corpo mais pra cima do meu conforme a intensidade do beijo aumentava. Apertei a coxa dela enquanto ela puxava meu cabelo. Ela parou de me beijar, mas manteve nossas bocas próximas, a respiração pesada batendo contra os meus lábios. 
Acho que fui uma menina má esse ano. 
Apertei a coxa dela com um pouco mais de força e depois sorri. 
— Sério? Então eu acho que vou ter que te punir. 
— Isso envolve chicotes e essas coisas sadomasoquistas ou só uns tapinhas resolvem? — ela puxou minha cabeça pra trás, deixando meu pescoço livre e o encheu de mordidas. 
— Não sei. Pensei em comprar umas algemas e te prender na cama por um dia inteiro. 
— Por que essa sua ideia não me surpreende? — ela voltou a me olhar. 
Dei de ombros e me fiz de indiferente. 
— Sou previsível. 
Me inclinei para beijá-la novamente, mas ela me parou, o braço no meu peito. 
— Por que não? 
Ela olhou pra trás. 
 Árvore de Natal. Ainda não terminei. 
E se levantou, saindo do meu colo. Me deixando totalmente… Ahhhhhh. 
— Sério? Você me beija desse jeito e depois vai terminar a Árvore de Natal? Sério? — Garotas sabem manter suas prioridades. 


E às vezes eu esquecia como ela podia ser má comigo.”


Vitor Danúbio
sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Socos, preliminares, discussão de relacionamento e…Carros?






Eu tamborilava os dedos na mesa de centro em um ritmo que irritava até a mim mesmo. Com a outra mão, eu mexia no celular, sem realmente fazer nada, mas só pra não me sentir tão constrangido. O clima já era pesado e eu só piorava agindo desse jeito. Só que como ela não disse nada, eu continuei. Mas Alice foi a primeira a quebrar o silêncio tenso:
— Dá pra parar? Minha mão congelou. Um segundo depois, recomecei.
— Parar com o quê? Eu tava deitado no sofá e de costas pra ela, mas praticamente podia sentir o olhar dela me degolando, o que só colocou um sorrisinho na minha cara e me incentivou a tornar o barulho ainda mais irritante. Eu não sabia por que a gente tava quase entrando pro tapa, mas com certeza não ia ser o primeiro a baixar a guarda.
Destruição mútua. Ela riu, seca. Virei a cabeça e, por baixo da aba do boné, dei um daqueles olhares que eu sabia que ela odiava.
— Muito maduro.
— Vindo de você…
— Vai se foder. Eu ri.
— Gosto quando você fala sujo assim. Ela bufou e levantou do outro sofá, marchando pro quarto, chutando o que encontrava pelo caminho. Me levantei num pulo e me coloquei na frente dela.
— Sai da frente.
— Ou o quê? — desafiei-a.
— Vai me chamar de idiota? Babaca, talvez? Estúpido? Não, espera… Otário? Ou o meu apelido preferido, “verme”? Vai me estapear por absolutamente motivo nenhum? Atirar alguma coisa em mim? Ela me encarou.
— Faz alguma dessas coisas, então — completei.
— Mas para de me ignorar. Ela não se mexeu. Passei a ponta dos dedos pelo rosto dela e depois coloquei uma mecha do cabelo atrás da orelha.
— Alice, qual é… Ela simplesmente desviou de mim e continuou andando. Agarrei-a pelos braços, prendi a parte de trás do corpo dela na parte da frente do meu e a encostei na porta do quarto. Levei minha boca até o ouvido dela.
— Acho que você devia parar de descontar o fato de que você não tem capacidade emocional pra lidar com as pessoas gostando de você e essa tensão sexual  toda em mim — resmunguei e depois mordi a orelha dela.
— Sério, só… Conversa comigo. A resposta foi uma cotovelada no meu estômago. Eu me afastei, tossindo. Fiz uma careta.
— Desnecessário. Ela se virou.
— Foi, mas me sinto melhor agora. Me preparei pra recomeçar a discutir, mas me detive. Ela é complicada, eu disse pra mim mesmo. Você sabe disso. Tem problemas com o pai e um soco que dói. Não provoca.
 — Qual o problema? — perguntei.
— Não tem problema nenhum.
— Então tá agindo assim por quê?
— Assim como?
— Alice.
— É legal quando fazem isso, né?
— Alice — repeti. Ela suspirou, fechou os olhos e encostou a cabeça na porta do quarto.
— Não é nada. Nada mesmo. Eu a beijei. No começo ela recuou e tentou me afastar, mas depois cedeu. Arrancou meu boné com uma mão e agarrou meu cabelo com a outra, puxando-o com raiva. Eu podia sentir a frustração na boca dela e a prensei contra a porta.Abri a porta do quarto com um empurrão depois de descer com a mão apertando o corpo todo dela. Mas a gente acabou andando rápido demais e tropeçando nos pés um do outro, o que nos levou a um tombo desajeitado em cima da cama. Ela riu do meu mau jeito. Eu saí da cama, ela ficou deitada. Tirei meus tênis, meio apressado e depois cuidadosamente tirei os dela. Não desgrudei meus olhos dela. Ela mordia a ponta do travesseiro enquanto me olhava, com uma cara de estressada que era muito legal de ficar observando. Enquanto isso, ela tirou a camiseta. Eu não sabia exatamente como tínhamos passado de briga-com-direitos-a-socos pra… Isso, mas tinha curtido.
Fist fights turn into sex… I wonder what comes next. Coloquei os joelhos na cama e me ajeitei sobre ela, depois subi com as mãos pelas pernas da Alice, devagar. Desci a boca com cuidado até a barriga e, depois de depositar dois beijinhos ali, desabotoei o short dela. Eu sorri quando ela mesma começou a descê-lo com as mãos, impaciente e eu mesmo puxei o resto dele, jogando-o pra fora da cama. Deitei sobre ela com cuidado, ela passou os braços pelo meu pescoço e me beijou… De um jeito doce dessa vez. Enquanto ela me beijava, eu subia minhas mãos pela barriga dela, até chegar nos seios.
— Pietro — ela disse em com a respiração um pouco alta quando sentiu meu apertão.
— Eu gosto dessa camiseta que você tá usando. Mas acho que eu deveria tirá-la pra você. Eu sorri. Senti as mãos dela subindo pelas minhas costas, trazendo minha camiseta junto e deixei que ela tirasse. Depois disso, arranhou com força do meu ombro até a minha cintura, realmente cravando as unhas, deixando marcas. Pressionei meu corpo contra o dela por causa da dor. Eu gemi baixo e fiz uma careta. 
— Machuquei você? — ela sorriu contra os meus lábios. 
— Foi uma dor gostosa — respondi. 
— Tô marcando território — ela passou as mãos por onde havia arranhado, fazendo só carinho dessa vez. 
— E isso significa que? 
— Você é meu. 
 Puxei o corpo dela um pouco pra cima pra poder tirar o sutiã, e o puxei lentamente pelo braço. Agora eu estava nos seios dela; a boca em um e a mão no outro — eu sabia que ela gostava disso. Bastante. Beijei, chupei, passei a língua por eles, tentei morder delicadamente e cada vez que a minha língua atingia um ponto mais sensível, ela dava um puxão forte no meu cabelo, me incitando a continuar. Minha outra mão alternava em acariciar as coxas dela e a virilha, e volta e meia ela se retorcia contra o meu corpo. Deixei um dos meus dedos deslizar pela calcinha dela e pude sentir a umidade. Ela gemeu, primeiro um “puta que pariu”e depois o meu nome.
— Vai, Pietro… Por favor.
— O que? — respondi, parando meus movimentos e ajeitando meu corpo sobre o dela, minha perna estrategicamente enfiada contra as coxas dela.
— Você sabe — ela falou entre os dentes, a mão se atrapalhando ao tentar desabotoar minha calça. Ajudei-a, desabotoando e baixando o zíper de uma vez só, mas guiei a mão dela pra dentro da calça ao invés de tirá-la.
— Não posso te dar o que você quer se você não me falar.
— Você só quer me ouvir falar.
— Verdade. Ela puxou meu queixo e nos beijamos de novo, agora com mais intensidade, enquanto a mão dela subia e descia pela minha cueca, dando leves apertões. Tentei tirar a calça sem interromper o movimento dela, e quando consegui, ela me rolou na cama e montou no meu colo. Ela me arranhou de novo, do peito até a barriga dessa vez, mas nem senti muito bem. Eu tava concentrado em um pouco mais abaixo. A segurei pelo quadril no meu colo e quando ela recomeçou nosso beijo, também começou a rebolar. Foi a minha vez de soltar um gemido. Ela lambeu meus lábios, minha língua, o queixo, e depois a bochecha, até chegar ao meu ouvido.
— Pelo que eu me lembro você gosta desse jeito — ela sussurrou, aumentando um pouco ritmo com o quadril. Pressionei minhas mãos na cintura dela e ela cravou as unhas contra minha nuca em resposta, gemendo um pouco no processo.
— Lembro que você também gosta dos meus gemidos. Desci as mãos pras coxas, apertando-as. Balancei a cabeça, excitado demais pra responder na mesma hora.
— Na verdade — falei um tempo depois, minha voz soando abafada e minha respiração pesada
— Eu amo seus gemidos. Sou apaixonado por eles. E por você.

(Ponto de vista da Alice) 

E eu travei. Quando ele disse a palavra com “A”. Mesmo conseguindo provocar uma piscina entre as minhas pernas, ele conseguia me broxar com uma frase. Porra, Pietro, sério, não dá pra você manter a boca fechada? Ou usá-la pra algo mais útil do que falar? Eu queria que ele brigasse comigo. Fosse cruel. Gritasse. Esfregasse na minha cara que eu era uma vadia porque eu brincava com ele. Eu queria uma razão pra poder afastá-lo, mas o menino era muito insistente nisso de tentar fazer as coisas certas. Ele notou que eu parei de me mexer e estendeu a mão até meu rosto, pegando meu queixo.
— Que foi? — ele perguntou, parecendo preocupado.
— Por que parou? Eu sai do colo dele, sentando na beira da cama e apoiando meu rosto nos joelhos.
— Alice — ele sentou atrás de mim, colocando as pernas em volta das minhas e envolvendo minha barriga com os braços, falando perto do meu ouvido, a voz carinhosa.
— Foi o que eu falei? Ele beijou minha orelha, pescoço, nuca, costas e ficou acariciando minhas costas.
— Desculpa. Me livrei dos braços dele e me virei de frente, enchendo-o de tapas nos ombros e no peito. Ele segurou meus pulsos com força contra o peito dele e me encarou, confuso.
— Por que você tá surtando?
— Eu não tô surtando. Por que eu estaria surtando?
— Você tá surtando.
— Meu Deus. Eu tô surtando.
— Por quê? Sentei na cama. Ele pegou a camiseta dele de cima da cama e me fez colocá-la, depois veio sentar do meu lado.
— Por isso você tava toda querendo me matar antes, não?
— Basicamente. Ele sorriu. Dei um soco de leve no ombro dele.
— Não é engraçado, babaca.
— Claro que é.
— Por que seria?
— Você gosta de mim — ele disse, a voz soando extremamente confiante. Fiz uma careta.
— Disso eu sei. Você pode negar um monte de coisas, isso não. Você pode não estar se apaixonando por mim, ou não gostar tanto, mas você gosta. Mesmo que não muito. Não neguei. “Não muito.” Babaca. Senti aquele habitual friozinho na barriga.
— Mas você sempre surta — concluiu.
— Eu?
— Você. Por mais ótimo que esteja entre a gente, por mais gostoso que tudo fique, você me afasta. Você tem um jeito bem distorcido de mostrar que gosta das pessoas.
— A gente não tem nada, certo? — perguntei.
— Tecnicamente.
— Você não é meu.
— Antes você disse que eu era.
 — E vice-versa — continuei, ignorando-o.
— Se eu deixar… Se eu permitir que isso vire algo de verdade, e depois nós… E depois a gente terminar, eu vou estar perdendo algo. De verdade. Tô cansada de perder coisas.
— A gente já tem algo.
— Não é a mesma coisa.
— Toda vez que você me afasta, você corre o risco de perder o que a gente tem.
— Não é igual.
— Só na tua mente que não.
— Não é assim.
— Você prefere enfiar sua cabeça em mil outras coisas só pra não encarar que gosta de mim. Eu mexo contigo. Se não mexesse, isso não teria te impedido de continuar o que a gente tava fazendo antes. Eu fiquei quieta. Passei a ponta dos dedos pelo elástico da cueca dele, depois desci pra coxa, me sentindo inquieta.
— Por que tu quer tanto ficar comigo? Ele ergueu as sobrancelhas.
— Eu tenho que fazer uma lista de motivos? Ou você acha melhor eu desenhar?— ele se irritou.
— Sério que você quer que eu responda isso?
— Não fica puto — eu pedi.
— É que sei lá essa. As coisas são bem disfuncionaisentre a gente.
— E você é complicada. Eu sei. E isso não vai funcionar. E todo esse seu mimimi. Viu? Até já sei o que você vai falar. Eu ri.
— Então por que arriscar?
— Porque eu não ligo. Não gostaria de estar funcionalmente — ele sorriu da expressão
— com outra pessoa.
— Olha, vê se você entende isso: eu sou tipo um carro — falei, usando a melhor comparação que pude. Homens adoram carros. Mas Pietro é meio garotinha pra tudo, então não sei se ele ia gostar tanto da analogia.
— Mas eu não tenho motor. Você pode achar legal ter um carro bonitinho na sua garagem, acha que isso pode te fazer bem feliz, mas qual é a vantagem se você ainda tem que andar sozinho pra todo canto? Ele levou a boca até o meu ouvido.
— Eu ainda posso me divertir no banco de trás, mesmo sem motor — ele mordeu minha bochecha.
— Você não é um carro estragado, ok? Talvez seja um carro que precise de um empurrãozinho pra pegar, só isso. Mordi o lábio.
— Pietro… — Não faz essa voz de quem ainda tá confusa.
— Ô, Pietro.
— Tá, vamos pensar em outra coisa. Quer tentar ser só minha amiga? — ele perguntou. Eu ri alto pensando na hipótese.
— Você conseguiria?
— Não. Não posso ser só seu amigo. Não sou só seu amigo. Amigos não querem pegar amigos. Vai contra as regras da amizade.
— E você quer me pegar — afirmação, não pergunta.
— Bastante — passou a língua pelo meu lábio superior.
— “Bastante” quanto?
— O mesmo tanto que você quer me pegar — respondeu.
— Bastante.
— Quem disse que eu quero?
— Sua mão — olhou pra baixo.
— Ficou apalpando minha coxa durante essa conversa toda. Dei um tapa na coxa dele.
— Não é você. É sua cueca. Eu gosto de Calvin Klein. Principalmente as pretas. Ele sorriu, malicioso.
— Vou jogar as outras fora, então — e me beijou. Ele me levou pro meio da cama de novo e ficou por cima, puxando o edredom sobre nós e me beijando de um jeito que me deixou meio sem fôlego. Ele já ia tirando minha camiseta quando eu parei o beijo mais uma vez.
— Pietro.
— De novo não, sério. Já gastei meu estoque de melação de hoje. Peguei o rosto dele entre as mãos, fazendo ele calar a boca.
— Shh.
— Que foi agora? — Eu acho que eu talvez possa estar remotamente me apaixonando por você também. Ele sorriu de um jeito tão feliz que eu até me perguntei por que passo tanto tempo negando as coisas que são relacionadas a ele.
domingo, 14 de outubro de 2012

Idiota da voz sexy.






 I Won't Give Up by Jason Mraz on Grooveshark


— Oi. 
— Edu, é a Jú. 
— Oh, novidade. Ela ri. 
— Seu besta. 
— Diz aê. 
— Não tenho o que dizer. 
— Então ligou pra que? pra ouvir a minha voz sexy? Ela ri. 
— Desde quando sua voz é sexy? Quem te iludiu amor? 
— Você.
— Eu? 
— É você. 
— Quando? 
— Naquele dia. 
— Que dia?
— Daquela noite. 
— Que noite? 
— Que você me pediu em namoro, não tá lembrada? 
— A gente tá namorando? 
— Tá. Você não tá lembrada? 
— Não. Ela diz rindo. 
— Foi naquela noite que você se jogou no chão louca pedindo pra namorar comigo, não tá lembrada? 
— Não. Ela diz rindo que nem louca. 
— Mas aconteceu rapaz, você se ajoelhou no meio da rua rasgou minha roupa pedindo pra eu namorar com você todo mundo ficou vendo, ai eu disse logo sim já que tava todo mundo olhando. Ela ri. 
— Ai Deus, é serio isso Eduardo? 
— É, você não tá lembrada? Ele diz com um riso frouxo.
— Não.
— Mas posso te garantir que a noite foi intensa. Muito intensa.
— Idiota.

Vitor Danúbio

Ps: Foto: Arquivo Secreto.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"O damo e a vabagunda.


Ele: Eu não tinha reparado no quanto você é pesada.
Ela: Eu não sou gorda!
Ele: Sim, mas você está bêbada. E eu acho que não tenho obrigação de te carregar.
Ela: Mas você dormiu comigo.
Ele: E daí? Não foi um pedido de casamento.
Ela: Dormir comigo te leva a ter algumas obrigações.
Ele: Te aguentar bêbada está na lista?
Ela: É o primeiro item. 
Ele: E o que mais?
Ela: Não sei, ainda estou pensando. 
Ele: Tira o dedo daí! 
Ela: Você tem cócegas?
Ele: Tenho.
Ela: E aqui perto da orelha?
Ele: É tesão.
Ela: Sua barba está mau feita.
Ele: Você está com mau hálito. Acho que não está em condições de me apontar defeitos.
Ela: E porque você olha diretamente nos meus olhos quando vai brigar comigo?
Ele: É pra me certificar de que você entendeu o recado.
Ela: E porque você olha pros seus tênis quando vai mentir?
Ele: Deita aí. 
Ela: Me responde.
Ele: A cama está uma bagunça. Você nem parece uma menina.
Ela:É porque eu não sou uma.
Ele: Sim, você é. Uma menininha mimada e nojenta.
Ela: Pega aquele travesseiro pra mim?
Ele: Pego.
Ela: Pega meu lençol?
Ele: Pego.
Ela: Me pega também?
Ele: Boa tentativa. 
Ela: Achei que daria certo.
Ele: Não tiro proveito de pessoas bêbadas.
Ela: Mentira. É que você gosta que seja especial.
Ele: Então pra você é especial?
Ela: Tanto faz.
Ele: Então dorme.
Ela: Pra você é?
Ele: Tanto faz.
Ela: Você mente mal.
Ele: Você também.
Ela: Mas eu não fico olhando pros meus próprios tênis.
Ele: Não, você olha pros meus.

PS: Isso é apenas um começo, de uma linda história de amor!
To be continued...
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Fix You by Coldplay on Grooveshark
- Nossa, como ela tá linda!
- Ei cara, aquela ali é a minha namorada.
- É dela mesmo que eu tô falando. Ela tá linda demais. Mudou a cor e o corte de cabelo né, e está vestindo umas roupas mais curtas. Um mulherão. Gostei. Mas me parece que as manias são as mesmas. Reparei pelo o jeito de sorrir, olhe lá. Ela sorri e junto se destaca as suas covinhas. Sempre me amarrei no sorriso dela, mas ela tinha vergonha quando eu falava das covinhas. Ela nunca gostou. Quando ela está ansiosa, ela morde os lábios e começa a esfregar as mãos. Já notou? Ela soa demais. Aí é só você colocar pra tocar “Coldplay” que ela se tranquiliza. Não se esqueça que “Fix You” é a preferida dela, viu? Ela sempre disse que acalma, e as vezes eu até pegava meu violão e tocava, ao invés de colocar o cd. Você sabe tocar violão né? Se não souber, melhor aprender. Lembro bem que ela sempre dizia que ia casar com um tipo de cara assim. E quando ela está nervosa? Fácil demais perceber. Aquela rugazinha na testa não esconde nada de ninguém. Brigadeiro tá? Não tem nada melhor do que falar que vai fazer um brigadeiro para acompanhar de um filmezinho, que ela não se tranquiliza. E deixa ela falar. Deixa ela falar, gritar, xingar o quanto quiser. Aí quando ela der uma pausa para respirar, você a puxa para perto e diz que a ama olhando nos olhos. Ela nunca resiste, te garanto. Vez ou outra faça alguma piadinha, ou cóssegas para fazê-la rir. E sabe aqueles períodos que ela está de TPM? Então, é quando ela mais precisa de você cara. Evita de falar com algumas garotas, e fique mais tempo com ela. Desmarca o futebol, a saida com os amigos, a festa da faculdade… TUDO. Apenas fique com ela. Não posso esquecer que ela pira num video-game. Nem parece né? Mas “Mario Kart” sempre foi seu preferido. E deixe ela ganhar. Tudo bem que ela vai te zoar e enxer o seu saco pelo o resto do dia, mas aquela gargalhada dela de vitória é uma delícia. Dá vontade de gravar pra poder ouvir de novo, de novo e de novo. Se você a fizer chorar, recompense. Sei lá, mande bombons. Bombons de morango, de preferência. Ela se amarra. Ou então um buquê de flores. Não é qualquer flores, tem que ser tulipas. Chame para um jantar, ou um cineminha. Olha meu caro, não fique mandando SMS e ligando o tempo todo não, porque ela não gosta. Ela sempre fala que irrita. Tá que ela irritada é uma gracinha. Ela faz um biquinho de brava que dá vontade de morder, eu sei. Mas olha só, uma hora ou outra dê uma ligadinha de madrugada, faça ela acordar e diz que a ama. É coisa boba, eu sei. Só que no outro dia ela sempre fica de bom humor. Eu gosto dela de bom humor. E de mau humor também. Gosto dela de todos os jeitos. Não esquece de nenhuma data comemorativa, nunca desmarque compromissos com ela, e ela é fã de “Nicholas Sparks”. Você não o conhece né? É um escritor aí. São melosos os livros dele, tu vai ver. Até porque, ela vai te obrigar a ler ou assistir um de seus filmes. Então se lançar um livro novo, seja o primeiro a comprar. E se lançar um filme novo, a leve para assistir. Assista o filme quantas vezes ela quiser. Parece que ela nunca enjoa. Lembro que eu sempre dormia na parte preferida dela, e ela me acordava com uns tapas. O que foi? Não vai me dizer que você nunca assistiu Um Amor Para Recordar”? Ou " Diário de uma paixão"? Que tal "Querido John"? Cara de que mundo você é? E não se esqueça…
- Pera aí, mas do que é que você está falando? Eu nem te conheço cara. Quem é você?
- Sou apenas o ex namorado dela.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Hotel Coração.



Boa tarde, senhor! Em que posso ajuda-lo?
Eu soube que há uma vaga aqui nesse coração e gostaria de me hospedar.
Nós temos uma pequena entrevista para aceitar hóspedes, o senhor se incomoda em responder?
Não me incomodo! Só espero que não demore muito, pois estou cansado de vagar por aí.
Será rápido, senhor! E a primeira pergunta é exatamente o motivo que o fez querer se hospedar aqui no Coração.
Bom, é que faz tempo que não paro em um lugar seguro… estou sempre me aventurando por aí.
Entendi! Caso a sua estadia seja aceita, o senhor não poderá continuar se aventurando por aí, como tem feito… deve se manter fiel e respeitar o estabelecimento. Está de acordo?
Acho um pouco rigoroso demais, mas tudo bem… eu aceito.
Muito bem! O senhor costuma ser cuidadoso e zelar pelo que tem?
Sim… mas o que isso importa?
Precisamos ter certeza que o senhor irá zelar pelos seus aposentos… não ferindo, estragando ou pisoteando o Coração.
Ah ta… vou ter cuidado, sim!
Ótimo! Com qual freqüência o senhor muda de opinião?
Me desculpe, mas o que isso tem a ver com a entrada no Coração?
É que caso o senhor seja aceito, é bom que fique por um prazo decente… alguns já chegaram aqui e pouco tempo depois decidiram que não queriam ficar… isso implica em deixar a vaga vazia até que os vestígios do hóspede anterior sejam apagados… ou seja,  prejuízo.
Ta… não se preocupe! Estou com vontade de ficar por aqui um bom tempo!
Perfeito! Essa resposta cancela a próxima pergunta… a vaga é sua!
Ufa! Que bom… posso entrar, então?
Claro… o Coração é todo seu… fique á vontade!
Obrigado… hã… só tenho uma dúvida…
Pois não! Qual é?
Qual seria a próxima pergunta que foi cancelada?
Caso o senhor não manifestasse interesse em ficar, a próxima pergunta seria “O senhor gostaria de fazer alguma exigência para ficar?” E então o senhor poderia dizer quais seriam os seus desejos.
Humm… entendi! E ainda tenho direito à algum pedido?
Não mais! Mas como a sua resposta foi que quer ficar por um bom tempo… todos os seus desejos serão realizados, inclusive aqueles que o senhor nem pensou em falar. Esse Coração sabe tratar muito bem quem mora nele.
Então… lá vou eu!
Pode vir… entre no Coração… e nem precisa bater na porta!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Game Over...




É engraçado como a maioria dos grandes romances acabam. Como em Romeu e Julieta, ou Titanic. E o que parecia ser pra sempre, durou menos tempo do que se previa. O que era realmente muito intenso, ficou apenas na memória de alguém. Ou então, no caso de Shakespeare, de ninguém. Pode restar a dor, e a saudade por alguma parte. Estamos sempre idealizando alguém, ou um romance, que não existe. Ser racional não é preferível a entregar seu coração pronto pra alguém poder acariciá-lo ou despedaçá-lo a qualquer momento? Qual o propósito disso tudo afinal? O fato é de que, ainda que fomos, somos ou vamos ser machucados, não muda nada. Porque afinal, a entrega é muito melhor que a recusa. E aquela coisa de felizes para sempre? Caso você ainda não tenha entendido, isso provavelmente não existe. Mas se você for inteligente o suficiente, vai conseguir fazer e se fazer feliz ao lado de alguém, até o dia em que essa felicidade puder durar. E se for mais ainda, vai prolongar essa felicidade até seu último dia.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Fila do Bolsa Homem!



Solteira: Bom dia! Eu queria me inscrever para entrar no programa do governo que dá o Bolsa Homem para mulheres solteiras.
Atendente 1: É aqui mesmo, mas o primeiro passo é ir até a fila da triagem. Por favor, dirija-se até lá.
Solteira: Obrigada!
 Atendente 2: Próximo.
Solteira: Olá! Eu estou aqui para conseguir entrar para o programa do Bolsa Homem… mas antes me tire uma dúvida… se aqui é só o setor de Bolsa Homem, por que existem tantos homens nas filas?
Atendente 2: Pelo mesmo motivo que você, meu benzinho… eles também querem o benefício.
Solteira: Ah tá…
Atendente 2: Trouxe todos os documentos exigidos?
Solteira: Sim! Estão aqui nesse envelope.
Atendente 2: Deixe-me fazer a checagem: atestado de ingestão de medicação contra a TPM, atestado de imunidade para ciúmes, declaração se comprometendo em não bisbilhotar o celular dele, procuração para a sogra ter prioridade na vida dele, documento de anulação da sua habilitação para não dirigir o carro dele… está faltando a autorização incontestável para que ele possa sair para o futebol e a cerveja com os amigos…
Solteira: Ah! Desculpe, é que essa eu reconheci a firma no cartório por último, então está nesse outro envelope.
Atendente 2: Muito bem! A sua documentação está toda correta.
Solteira: Que ótimo… isso quer dizer que já estou apta a ter o benefício.
Atendente 2: Sim, mas essa é apenas a primeira etapa, a senhorita ainda terá que passar por outras. Agora você deve ir até o balcão de encaminhamento, que é onde será decidido para que fila o seu perfil será direcionado.
Solteira: Ok! Obrigada, estou indo até lá.

Atendente 3: Próximo!
Solteira: Bom dia! Eu já passei pela triagem e agora estou aqui para o direcionamento de perfil.
Atendente 3: Pois não! Eu vou estar fazendo algumas perguntas importantes, para que eu possa estar lhe encaminhando para a fila correta.
Solteira: Tudo bem! Pode perguntar.
Atendente 3: Há quanto tempo está solteira?
Solteira: Há um ano e meio.
Atendente 3: Infelizmente, o seu caso não é preferencial… a prioridade de atendimento é para encalhamentos a partir de 5 anos.
Solteira: Certo! Eu vou para o final da fila… é justo com as outras solteiras.
Atendente 3: Qual o motivo do término do último namoro?
Solteira: Ele me traiu.
Atendente 3: Casos de traição recebiam bônus, mas como quase todos os motivos são esse, o bônus foi abolido e não melhora a sua colocação na fila de espera.
Solteira: E existe algum motivo que priorize essa espera?
Atendente 3: Sim… em casos de mulheres que foram trocadas por um homem. Por ser um trauma maior, encaminhamos á uma clínica psiquiátrica e elas recebem prioridade.
Solteira: Afff… ninguém merece! Prefiro a posição que estou.
Atendente 3: Bom, nesta etapa está tudo certo. Agora basta que a senhorita escolha para qual fila quer ir e esperar até a sua vez de pegar a senha.
Solteira: Certo! Só preciso que você me diga qual o motivo de três filas menores e uma beeem grande. Quero adiantar que sou uma mulher com muitas qualidades e não posso receber qualquer coisa, digo… um homem qualquer.
Atendente 3: Claro! Vou estar explicando agora para a senhorita: as menores são mais específicas… uma é para quem quer homem fiel, a outra para quem quer um homem bonito e a outra menor é para quem quer um homem romântico… mas estas filas apesar de serem pequenas, levam meses e até anos para que os inscritos recebam o benefício.
Solteira: Entendi… e a fila grande?
Atendente 3: A fila grande é para quem quer um homem e ponto final! Conhecida também como fila do desespero.
Solteira: Obrigada pela informações e bom dia!
Atendente 3: Senhorita, preciso saber qual foi a fila escolhida, para estar registrando no nosso sistema.
Solteira: Hãaa… eu vou para a fila maior mesmo… não tenho nada para fazer em casa. Obrigada, querida!
Atendente 3: Disponha sempre!