sexta-feira, 20 de maio de 2011

“Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro. Sou uma culpada inocente.” Clarice Lispector



"Toda loucura, quando canalizada para a arte, vira sensibilidade exacerbada. Mas, queria dizer a vocês que tenho entristecido pessoas e que nunca agi como estou agindo... Não tenho sido grosseira, mas tenho precisado tanto refletir sobre o meu novo ciclo que me tornei indisponível e intolerante para a dor do outro. Estou ressecada por dentro, não tenho o que dar agora, e quem sempre teve de mim os melhores frutos, fica magoado por esta ausência. Sou tão humana quanto vocês e , às vezes, preciso de porres homéricos pra sobre-viver. Ou de silêncios intactos. Ou de muita abstinência.
A única coisa que sei é que dias ensolarados virão. Mas enquanto eu sentir dor no peito, terei muito respeito por esta dor no peito, sem apegos, só por pura consciência de que a vida é cíclica e de que senti-la é a única forma de entender a dor alheia (matéria de poesia é isto também). E que eu tenho a ajuda de que preciso. Mas preciso sentir. Então, enquanto eu não arrumar minha casa de dentro, não escreverei aqui minha tristeza, minhas angústias: estas estão em mim, mas ainda não se organizaram em palavras."

Marla de Queiroz

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