sábado, 25 de junho de 2011

"...Ao fundo do fim, De volta ao começo!" Roupa Nova




Ela tem o texto pronto!
Sabe que vai dizer “não” e que é o melhor a fazer.
Imagina todos os argumentos que ele possa levantar e prepara a defesa. Fecha os olhos e se concentra. 
Vai falar tudo de uma vez, sem respirar… para não correr o risco de esquecer nada ou mudar de ideia.
Sabe que essa é uma situação que não pode ser prolongada… já houve tempo demais para ser resolvida.
Ela respira de novo… o ar parece que pediu licença e foi embora. 
Sente um aperto estranho no peito já prevendo a dor que vai invadi-la depois dessa conversa.
Anda de um lado para o outro à espera dele.
Olha pela janela com um misto de vontade que ele chegue logo ou que ligue dizendo que não vem.
Sente sede, sente angústia, sente frio e depois amor… é físico e emocional… tenta controlar um maremoto interno.
Relembra tudo que foi vivido até ali, pensa o quanto tudo poderia ser diferente e sente que fez tudo o que podia… mas ele não fez!
Procura desesperadamente todo o orgulho que ainda lhe resta, busca na memória as situações que lhe fizeram sofrer… precisa estar munida de muita raiva quando ele abrir a porta.
Se olha no espelho para saber se parece bem e segura… aparentemente sim, mas por dentro está em pedaços. 
Olha mais uma vez para ver se está bonita… reprime o pensamento, afinal não há mais sentido em estar bonita para ele.
Chora… respira… enxuga as lágrimas e tenta espantar essa fraqueza momentânea.
Pega o celular… precisa ver se há alguma ligação ou mensagem dele dizendo que houve um imprevisto e que não poderá ir vê-la… mas não há nada no display.
Entra em desespero… não venha, não venha! 
E como se ela própria pudesse se dar uma bofetada, acorda desse transe e reza para que ele venha!


Barulho na porta… ele chegou!
Como se o universo fosse um grande inimigo conspirador, ela tem a impressão de que ele nunca esteve tão lindo e tão atraente.
Espanta essa sensação física, respira e espera que ele se aproxime mais…
Ele vem caminhando em sua direção com um olhar que diz tudo, menos que não a ama.
E então ela começa a falar… despeja tudo para fora… sem titubear ou parecer insegura. 
Talvez forças ocultas estejam no seu corpo naquele momento.


Fala, fala, fala… diz tudo o que pensa.
Mas ele parece não escutar nada… tem um olhar vidrado nela, como se estivesse esperando aquela enxurrada de palavras acabarem para dizer o que quer.
Ela o observa e não consegue entender qual será a sua resposta ou o que pretende.
Ele então chega bem mais perto… leva as mãos até o rosto dela e de forma suave, retira a mecha de cabelo que estava em seus olhos.
Ela tenta recuar e ele não deixa…
Pergunta se ele não vai dizer nada sobre tudo aquilo que ela pensa e ele diz:


“Não pense!” – e a beija.
E como se fosse uma ordem suprema, os pensamentos dela perdem toda a força e ela não consegue mais fugir.
Talvez ela volte a pensar… mas não antes de terminar esse beijo.


E então, será mais um começo de mais uma etapa.

2 comentários:

Eva Laís disse...

Eu me empolguei lendo essa postagem.. vi a cena! Muito Bom! BjO, flor.

Bianka disse...

onnw qe liindo

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