Sou alguém que tem mais perguntas do que respostas;
Alguém que aprendeu a abrir a porta para o sol entrar;
Que se surpreende com a vida;
Que gosta de dias de chuva;
E de comer brigadeiro na panela.
Alguém que gosta do silêncio da noite;
Que gosta quando o sol invade a varanda;
Que sabe o quanto é difícil resgatar a alma do limbo,
E por isso não esquece de lembrar que todo dia é um recomeço.
Alguém que adora deitar a cabeça no travesseiro para sonhar;
Que oferece sempre um ombro amigo para chorar;
Que sente vontade de carregar o mundo inteiro dentro do seu frágil e pequeno coração;
Alguém que ainda se espanta com a falta de amor;
Que se entristece com a falta de bondade;
E que acredita na supremacia divina.
Alguém que enche a alma de susto, vaga-lumes e estrelas;
Que fica feliz por nada ou quase tudo;
E também fica triste por nada ou quase tudo.
Alguém que reconhece seus erros;
Que não deseja mal para ninguém;
Que se perde em música, cinema e poesia;
Que chorou lendo o caçador de pipas;
Alguém que se sente meio antiquada pensando tanto em família;
Vivendo cercada de poucos, mas bons amigos.
Que acredita em fraternidade, amor e honestidade;
Que sabe o quão pequeno somos diante do Universo;
E que sem Deus não há como caminhar.
Sou uma alma que tem saudades de casa;
Que não quer perder o contato com sua antiga morada;
E que encontrou na Espiritualidade uma nova forma de viver.
Mas principalmente, sou alguém que quando a noite encosta a porta e o sol desperta a cidade, planta mais uma vez em sua mente mais perguntas que respostas.