terça-feira, 16 de agosto de 2011

E se disserem que o amor enfraquece com o tempo, diga a eles que o tempo não existe.




Eles eram tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais que chegava a ser engraçado. Ela falava tudo o que pensava, nem se preocupava com a repercussão de suas palavras. Já ele, tomava o maior cuidado do mundo para não magoar os outros com elas.
Ela contrariava todas as leis de boa menina, gostava de filmes de terror, da madrugada, de bebida alcoólica e de muita festa. Ele adorava programas clichês, dormir de conchinha e conhecia todos os filmes de comédia romântica imagináveis, e os inimagináveis também. Ela gostava de dormir o domingo todo enquanto ele queria aproveitar o dia, acordar cedo, viver a vida.
Ela adorava provocar, fazer ciúmes, deixar ele bravo, e conseguia. Mas isso não durava muito tempo, ela fazia bico e em seguida abria um sorriso e ele se derretia todo.
Ela adorava maquiagem e ele adorava pegar ela desprevenida, descabelada, com a boca lambuzada de comida e cara de sono. Ela morria de ciúmes dele. Armava um barraco, fazia um escândalo, fechava a cara, e ele, só de pirraça, fazia caretas e contava piadas, o que a irritava mais ainda nos primeiros 5 segundos, antes de se render ao senso de humor dele.
Ela não levava nada a sério, achava que tudo era diversão, o obrigando mandá-la tomar remédio, alimentar-se corretamente, agasalhar-se e responder sempre positivamente aquela velha e tão usada frase “se cuida” dele.
Ela sorria sem parar e logo depois chorava, o deixando muito preocupado e o fazendo dobrar a sua atenção sobre ela. Ela tinha uns surtos do nada, ficava quieta no canto, então ele respeitava, esperava passar, sem soltar a sua mão. Ela pedia coisas absurdas e sem nexo e quando ele ia responder com um “não”, ela jogava pesado e fazia outra vez aquele bico que deixava ele todo bobo e o fazia trocar as três letrinhas do “não” pelas três do “sim” que ela tanto queria.
Eles se amavam tanto, que eram como uma coisa só.
Viviam brigando, cada um saia por aí, mas sempre faltava algo. É que lá no fundo, bem no fundo, eles eram estranhamente imperfeitos e ao mesmo tempo estupidamente perfeitos um para o outro.

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